Ex machina (2015)

segunda-feira, julho 27, 2015 by
 Ex Machina
(2015) on IMDb

Sou completamente obcecada por androids e talvez em demasiado por A.I.. Há uma certa dosagem de receio e entusiasmo. No entanto, durante todo o filme tive a sensação de que algo de errado se passava com a Ava. Se ela está a "passar" aos testes todos, e tem todo o tipo de emoções, também tem más emoções e mau génios.

Uma vida, ou a vida toda que ela conhece fechada num cativeiro, sabendo que não a deixam sair. Qualquer pessoa normal entra em modo sobrevivência. Porque não haveria um A.I. de ser assim? Apesar de altamente assustador, a mente humana não pode ser reproduzida. Pelo menos não na sua totalidade. Planear um assassinato com tamanha calma, requer ser-se sociopata, ou muito controlado. Acima da espécie humana, for sure.

Domhnall Gleeson é mega carismático. É um actor que mostra imensa compaixão enquanto trabalha. Como se tivéssemos sempre a sensação que ele é realmente amigo das pessoas ou está realmente in love por alguém. Nesse aspecto é notável e por isso, um excelente actor para apelar ao nosso lado mais humano.

Adorei especialmente o momento em que ele se corta para verificar se não era ele o teste, no sentido de ele ser um android a testar um android. Isso sim meus amigos, feito no final do filme era a revelação. Era para mim uma entrada brutal porque por acaso ainda não me tinha lembrado disso, tendo em conta que vimos o moço a trabalhar no office e supostamente com lembranças antigas de infância. Era algo a puxar pela paranóia. Esses filmes são sempre tramados de interpretar.

Para este, não se pedia um final feliz, e sinceramente é o que se espera depois de colocar qualquer espécie em cativeiro contra a vontade racional do mesmo. O homem tinha distúrbios, isso é claro, e demasiados problemas sociais com pessoas verdadeiras, no entanto, e apesar de parecer isso mesmo, nunca senti uma verdadeira ameaça à vida humana ali. Ameaçava sim a vida do android, mas sinceramente, em tempos de stress e desconforto é esperar que a semana acabe e ir embora dali. Se o android passar ao teste, então terá a habilidade de sair e ser "mostrado ao mundo".

"One day the AIs are going to look back on us the same way we look at fossil skeletons on the plains of Africa. An upright ape living in dust with crude language and tools, all set for extinction."

Fiquei a pensar nesta frase... se A.I. é o futuro da "humanidade" e simultaneamente o final da mesma, então para quê cria-la? Aprecio imenso a arte em si, de a querer testar, num nível muito mais avançado que explorar as respostas da Siri no telemóvel. É viciante. Mas se irá sempre representar o final da raça humana, então não, por favor. Sou egoísta o suficiente para temer a singularidade (tecnológica).

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